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Os Dons do Espírito Santo - IV

Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo" (1 Co 12.11) como agentes de poder e de vitória desta mesma Igreja.

O professor Antônio Gilberto define dons do Espírito Santo como sendo "uma dotação ou concessão especial e sobrenatural de capacidade divina para serviço especial da execução do propósito divino para a Igreja e através dela". Em resumo - "é uma operação especial e sobrenatural do Espírito Santo por meio do crente". Numa definição mais resumida, Stanley Horton define os dons do Espírito Santo como sendo "faculdades da pessoa divina operando no homem".

1.Os Dons do Espírito Santo em 1 Coríntios
Escreve o apóstolo Paulo que “... a um é dada, me­diante o Espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segun­do o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo Espírito, fé; e a outro no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operação de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las" (1 Co 12.8-10).
Vale ressaltar que os dons são do Espírito Santo e não daqueles através dos quais eles operam. A torneira não pode dizer de si mesma: "Eu produzo água", pois seria uma inverdade. Quem produz água é a fonte. A torneira é apenas o canal através do qual a água flui.Os dons são do Espírito Santo, e, através deles, o Espírito opera em quem quer, como quer, quando quer e onde quer, com a finalidade precípua de edificar a Igreja, o corpo vivo de Cristo.

2.Classificação dos Dons Espirituais
Para melhor apresentação dos dons do Espírito Santo, alguns estudiosos têm usado classificá-los da seguinte ma­neira:
a) Dons de Revelação:
• Palavra do conhecimento
Palavra da sabedoria
Discernimento de espíritos
b) Dons de Poder:
Dons de curar
Operação de milagres
c) Dons de Inspiração:
Variedade de línguas
Interpretação das línguas

Profecia
Frank M. Boyd declarou que "a menos que os dons do Espírito sejam claramente definidos e cuidadosamente classificados em primeiro lugar, seu propósito não será en­tendido e podem ser mal usados; a glória do Senhor pode ser roubada; e a Igreja pode deixar de receber grandes be­nefícios que esses dons devem trazer".

3. Dons de Revelação
Os dons de revelação são não somente necessários, mas igualmente indispensáveis àqueles que cuidam do go­verno e orientação da Igreja do Senhor Jesus Cristo na ter­ra. Desde os mais remotos tempos do Antigo Testamento, esta categoria de dons esteve em evidência no ministério de juízes, sacerdotes, reis e profetas condutores do povo de Israel.

a) Palavra do Conhecimento
Este dom tem sido definido como sendo a revelação sobrenatural dalgum fato que existe na mente de Deus, mas que o homem, devido às suas naturais limitações, não pode conhecer, a não ser que o Espírito Santo lhe revele. Exemplos da manifestação deste dom são encontrados nos ministérios de Samuel, Eliseu, Aías, Jesus, Pedro e Pau­lo (1 Sm 9.15,20; 10.22; 2 Rs 5.20,26; 6.8; 1 Rs 14.6; Jo 1.48; 4.18; Lc 19.5; Mt 16.23; At 5.3,4). Através deste dom, segredos do mais profundo do co­ração são revelados, enquanto que obstáculos ao desenvol­vimento da Igreja são manifestos, e desmascarada toda e qualquer hipocrisia. Este dom é de grande importância para o ministério ordinário da Igreja, pois pode apontar os maus obreiros, possíveis candidatos ao ministério cristão.

b) Palavra da Sabedoria
Este dom é uma palavra (uma proclamação, uma de­claração) de sabedoria, dada por Deus através da revela­ção do Espírito Santo, para satisfazer a necessidade de so­lução urgente dum problema particular. Não se deve con­fundi-lo, portanto, com a sabedoria num sentido amplo e geral. Não depende da habilidade cultural humana de so­lucionar problemas, pois é uma revelação do conselho divi­no. Nos domínios do ministério cristão, este dom se aplica tanto ao ensino da doutrina bíblica, quanto à solução de problemas em geral.

c) Discernimento de Espíritos
Através deste dom, Deus revela ao crente a fonte e o propósito de toda e qualquer forma de poder espiritual. Através dele o Espírito Santo revelou a Paulo que tipo de espírito operava na jovem de Filipos, (At 16.18) e fez Paulo resistir a Elimas, condenando-o à cegueira (At 13.11). Note que não se tra­ta do "dom" de julgar ou fazer juízo doutras pessoas.Este é sem dúvida um dos dons de maior valia para o ministro nos dias hodiernos, pois, em meio a tanta contra­fação e imitação nos domínios da fé e da religião, o obreiro a quem falte este dom, estará em apuros, pondo em risco a integridade da doutrina e da segurança do rebanho que Deus lhe confiou.

4. Dons de Poder
Os dons de poder formam o segundo grupo dos dons do Espírito Santo, e existem em função do sucesso e do cum­primento da grande comissão dada por Jesus Cristo. Como o Evangelho é o poder de Deus, é natural que tenha a sua pregação confirmada com sinais e maravilhas sobrenatu­rais, que ratificam esse Evangelho e lhe dão patente divi­na.

a) Dons de Curar
No grego o dom (curar), como o seu efeito, está no plu­ral, o que dá a entender que existe uma variedade de mo­dos na operação deste dom. Assim, um servo de Deus pode não ter todos os dons de curar, e, por isso, às vezes, muitos não são curados por sua intercessão. Por exemplo, Paulo orou pelo pai de Públio, que se achava com febre e desinteira, na ilha de Malta, e Jesus o curou (At 28.8), porém foi forçado a deixar o seu amigo Trófimo doente em Mileto (2 Tm 4.20). Como são diferentes os tipos de enfermidades, é evi­dente que há um dom de cura para cada tipo de enfermi­dade: orgânica, psicossomática ou de patogenia espiritual.

b) Operação de Milagres
Ambas as palavras aparecem no original grego, no plural, o que sugere que há uma variedade de modos de milagres e de atos de poder. Por milagres ou maravilhas, entende-se todo e qualquer fenômeno que altera uma lei preestabelecida. "Milagres" e "Maravilhas" são plurais da palavra "poder" em Atos 1.8, que significa: atos de po­der grandiosos, sobrenaturais, que vão além do que o ho­mem pode ver.A operação de milagres só acontece em relação às ope­rações de Deus (Mt 14.2; Mc 6.14; Gl 4.5; Fp 3.21) ou de Satanás (2 Ts 2.7,9; Ef 2.2). Nesses atos de poder de Deus que infligem derrota a Satanás, poderíamos incluir o juízo de cegueira sobre Elimas, o mágico (At 3.9-11) e a expulsão de demônios. 

Também pode ser classificado como milagre o resultado da operação di­vina na cura de determinadas enfermidades, para as quais ainda não existe remédio, como por exemplo: certos tipos de câncer, alguns tipos de cegueira, surdez, mudez, e de­terminados tipos de paralisia, etc.

c) Fé
O dom da fé envolve uma fé especial, diferente da fé para salvação, ou da fé que é mostrada por Paulo como um dos aspectos do fruto do Espírito em Gaiatas 5.22. O dom da fé traduz uma fé especial e sobrenatural, verdadeiro apelo a Deus no sentido de que Ele intervenha, quando todos os recursos humanos se têm esgotado. Foi este o tipo de fé com o qual foram dotados os grandes heróis mostrados na galeria de Hebreus 11.

5. Dons de Inspiração
Este é o terceiro e último grupo dos nove dons do Espí­rito Santo registrados pelo apóstolo Paulo no capítulo 12 da sua primeira epístola aos Coríntios. Ao contrário dos dois primeiros grupos de dons, em geral exercidos pelo mi­nistério responsável pela administração da Igreja, este úl­timo grupo tem se feito experiência comum para os crentes em geral.

a) Variedade de Língua
Variedade de línguas é a expressão falada e sobrenatural duma língua nunca estudada pela pessoa que fala; uma palavra anunciada pelo poder do Espírito Santo, não compreendida por quem fala, e usualmente incompreensível para a pessoa que a ouve. Nada tem a ver com a facili­dade de assimilar línguas estrangeiras (poliglotismo); tampouco tem a ver com o intelecto. É a manifestação da mente de Deus por intermédio dos órgãos da fala do ser hu­mano (glossolália).

b) Interpretação das Línguas
O dom de interpretação de línguas é o único dos nove dons espirituais cuja existência ou função, depende de ou­tro dom - a variedade de línguas. Consequentemente, não havendo o dom de variedade de línguas, não pode haver a interpretação de línguas."Interpretação" aqui não é a mesma coisa que tradução. A interpretação geralmente alonga-se mais que a sim­ples tradução.O dom de interpretação de línguas revela o poder, a ri­queza, a soberania e a sabedoria de Deus. Por certo que este dom não implica em que haja algum tipo de conheci­mento do idioma por parte do intérprete.A interpretação de línguas é em si mesma um dom tão miraculoso quanto o é o próprio dom de variedade de línguas.

c) Profecia
A profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso (1 Co 12.7). Embora o dom da profecia nada tenha a ver com os poderes normais do raciocínio humano, pois é algo muito superior, isso não impede que qualquer crente possa exer­citá-lo: "Porque todos podereis profetizar, um após outro, para todos aprenderem e serem consolados" (1 Co 14.31). Ainda que nalguns casos o dom da profecia possa ser exercido simultaneamente com a pregação da Palavra, é evidente que esse dom é dotado de um elemento sobrena­tural, não devendo, portanto, ser confundido com a sim­ples habilidade de pregar o Evangelho."Edificação", "exortação" e "consolação" são os três elementos básicos da profecia, e a razão de ser e de existir desse dom. Portanto, a profecia não deve ser exercida com propósito governativo da igreja local. Ler mais...

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