O
evento do batismo com o Espírito Santo não deveria surpreender, nem
confundir os estudantes das Escrituras, pois é uma bênção já
prometida, relacionada com o plano divino da salvação em Cristo,
predito por Joel, Isaías, João Batista e Jesus (At 2.16-18; Is 44.3;
Mt 3.11; Jo 14.16,17).
1.
O Dia de Pentecostes
O
dia de Pentecostes foi um dia singular para a Igreja e continua sendo;
é que nesse dia aprouve a Deus, por intercessão de Jesus Cristo,
enviar o Espírito Santo, a ocupar no mundo e de forma mais precisa,
no seio da Igreja, uma posição sem paralelo em toda a história da
humanidade. Nesse dia cerca de cento e vinte frágeis discípulos de
Jesus foram cheios do Espírito Santo e dotados do poder de
testemunhar do Evangelho.
Como
resultado da experiência do Pentecostes, Pedro pregou com tal
autoridade, que cerca de três mil preciosas almas se renderam aos
pés de Jesus. Com autoridade sobrenatural acusou os seus ouvintes
judeus de haverem entregue à morte o Filho de Deus, e exortou-os a
se arrependerem de seus pecados. Isto disse como prelúdio, para logo
informar-lhes de que a conversão a Cristo resultaria em receberem a
mesma experiência que observavam, com sinais poderosamente evidentes
(At 2.14-41). Atente com interesse para este fato. Pedro proclamou
ter a promessa do batismo com o Espírito referência a todos os
homens e não somente àqueles que constituíam a assembleia ali
reunida.
2.
Para
Quem é
a
Promessa?
"E
disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo; porque a promessa
vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que
estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar"
(At 2.38,39). De acordo com estas palavras de Pedro, note a extensão
e alcance da promessa do batismo com o Espírito Santo:
1°
A promessa é para vós -
os judeus ali presentes, representando os demais compatriotas,
isto é, a nação com a qual Deus fizera a antiga aliança.
2°
Para os vossos filhos -os
que existiam então e as gerações sucessivas.
3°
Para todos os que ainda estão longe,isto
é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar - para todos,
universalmente, para os gentios e para qualquer indivíduo que
responda à chamada de Deus, através do Evangelho para a
salvação em .Cristo.
A
promessa de Atos 2.39 indica que a gloriosa experiência do
batismo com o Espírito Santo foi designada por Deus para todos os
crentes, desde o dia de Pentecoste até o fim da presente
dispensação.O enchimento do Espírito Santo, assinalado pelo falar
noutras línguas, como aconteceu no dia de Pentecostes, deveria
ser o modelo para essa experiência, para qualquer indivíduo,
através da dispensação da Igreja.
3. À
Natureza Deste Batismo
Várias
palavras e expressões são usadas na Bíblia para simbolizar e
descrever a vinda do Espírito Santo aos crentes, e seu
ministério através destes. Algumas dessas expressões, são:
a)
Derramamento
Esta
expressão das Escrituras é usada frequentemente para designar a
vinda do Espírito Santo à vida do crente. O sentido original da
palavra se refere à comunicação de alguma coisa vinda do céu, com
grande abundância..(Jl
2.28,29).
b)
Batismo
O
recebimento do Espírito Santo é figurado como batismo: uma
total, gloriosa e sobrenatural imersão do Divino Espírito, o
que revela a maneira gloriosa como o Espírito Santo envolve,
enche e penetra a alma do crente. Assim todo o nosso ser se torna
saturado e dominado com a presença refrigeradora de Deus, pelo
seu Espírito Santo.
c)
Enchimento
Quando
o Espírito veio sobre os discípulos no cenáculo, foram cheios
do
Espírito. Evidenciaram estar cheios, a ponto de parecerem estar
"embriagados" (At 2.3).
Esse
enchimento não se deu em gotas, caídas como que através dum crivo.
Não. No Pentecostes a plenitude do Espírito os encheu inteiramente,
de tal modo que andavam de um lado para outro, falando em novas
línguas.
4.
Evidência do Batismo com o Espírito Santo
Todos
os casos de batismos com o Espírito Santo relatados no livro de
Atos, constituem uma sólida base para a afirmação de que o falar
em línguas estranhas é a evidência
física inicial de que o crente foi batizado com o Espírito Santo.
Detenhamo-nos um pouco em analisar os cinco casos distintos como
são apresentados no referido livro.
a)
No Dia de Pentecostes
"E
todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem"
(At 2.4). Esta foi a primeira manifestação do Espírito Santo, após
Jesus ter dito: "...e vós sereis batizados com o Espírito
Santo, não muito depois destes dias" (At 1.5). A demonstração
comum ou evidência física inicial de que todos os presentes no
cenáculo foram cheios do Espírito Santo, foi que todos falaram em
línguas estranhas; línguas que não haviam aprendido, faladas,
portanto, pela operação sobrenatural do Espírito Santo.
b)
Entre
os Crentes Samaritanos
"Os
apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria
recebera a Palavra de Deus, enviaram lá Pedro e João, os quais,
tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo.
(Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram
batizados em nome do Senhor Jesus). Então lhes impuseram as
mãos, e receberam o Espírito Santo" (At 8.14-17).
Ainda
que o texto bíblico citado não mostre explicitamente que os
samaritanos hajam falado em línguas estranhas como evidência
do batismo com o Espírito Santo, estudiosos das Escrituras são
da opinião de que eles tenham falado em línguas; pois, se não
houvesse a manifestação das línguas, como os apóstolos teriam
notado a diferença entre eles antes e depois da oração com
imposição de mãos? Lucas diz que "Simão, vendo que pela
imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes
ofereceu dinheiro..."(At
8.18). Simão
não seria suficientemente tolo a ponto de propor dinheiro para
adquirir poderes para realizar operações espirituais abstratas. Ele
almejava poderes para operar fenômenos como os que ele via e
ouvia naquele momento.
c)
Sobre
Saul em Damasco
"E
Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão
Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me
enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo, e
logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a
vista; e, levantando-se, foi batizado" (At 9.17,18). Também no
caso de Saulo, o texto bíblico não diz explicitamente que ele
tenha falado em línguas, porém diz que ele foi cheio do Espírito.
Ora, se é válido admitir que ele foi cheio do Espírito Santo
naquele momento, por que, então, duvidar que ele haja falado em
línguas? Do punho do próprio Paulo lemos as seguintes palavras:
"Dou graças a Deus, porque falo mais línguas do que vós
todos" (1 Co 14.18).
d)
Em
Casa do Centurião Cornélio
"E,
dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre
todos que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão,
todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o
dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque
os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus" (At
10.44-46). Foi a ênfase dada por Pedro e seus companheiros a que os
gentios em Cesaréia haviam recebido o dom do Espírito Santo, tal
qual eles no dia de Pentecostes, que apaziguou os ânimos dos
apóstolos em Jerusalém, de sorte que disseram: "Na verdade até
aos gentios deu Deus arrependimento para a vida!"(At
11.18).
e)
Sobre
os Discípulos em Êfeso
"E,
impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e
falavam línguas e profetizavam" (At 19.6). Observe: vinte anos
após o dia de Pentecostes, o batismo com o Espírito Santo ainda
era acompanhado com a evidência inicial de falar línguas estranhas.
Esta evidência satisfazia não só a um dos requisitos da doutrina
apostólica quanto à manifestação do Espírito Santo, como
também cumpria a promessa de Jesus: "Estes sinais seguirão
aos que creem: falarão novas línguas" (Mc 16.17).
Crisóstomo, um dos grandes mestres da Igreja antiga, afirmou, muitos
anos após os dias de Paulo: "Quem quer que fosse batizado nos
dias apostólicos, logo falava línguas: recebiam eles o Espírito
Santo". Ler mais...
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