O gnosticismo compreende a fusão de elementos culturais colhidos de diversos gêneros ou opiniões, até mesmo antagônicas, filosófico-religiosas. Surgiu no I Século da nossa Era. Visa conciliar todas as religiões e explicar o sentido mais profundo da "gnose". Sendo notadamente sincretista, o gnosticismo viu no cristianismo muitos elementos de que podia lançar mão e usar da maneira como bem lhe parecesse.O gnosticismo se dividia em quatro classes distintas: sírio, egípcio, judaizante, e pôntico. Independentemente de classe, quanto à pessoa de Cristo, o gnosticismo procurava explicá-lo em termos filosófico-pagãos, ou da "teosofia".O gnosticismo de tipo sírio encontrou em Saturnino o seu principal arauto.
17 de setembro de 2025
Sobre o gnosticismo
O gnosticismo compreende a fusão de elementos culturais colhidos de diversos gêneros ou opiniões, até mesmo antagônicas, filosófico-religiosas. Surgiu no I Século da nossa Era. Visa conciliar todas as religiões e explicar o sentido mais profundo da "gnose". Sendo notadamente sincretista, o gnosticismo viu no cristianismo muitos elementos de que podia lançar mão e usar da maneira como bem lhe parecesse.O gnosticismo se dividia em quatro classes distintas: sírio, egípcio, judaizante, e pôntico. Independentemente de classe, quanto à pessoa de Cristo, o gnosticismo procurava explicá-lo em termos filosófico-pagãos, ou da "teosofia".O gnosticismo de tipo sírio encontrou em Saturnino o seu principal arauto.
Sobre o docetismo
O docetismo afirmava que o corpo de Cristo não passava de um fantasma; que seus sofrimentos e morte eram meras aparências. Deste modo pontificavam os apóstolos do docetismo: "Ou [Cristo] sofria e então não podia ser Deus; ou era verdadeiramente Deus e então não podia sofrer.
"O docetismo assumiu várias formas: ou negava a verdadeira humanidade de Cristo empregando teorias sobre corpo fantasmagórico, ou então escolhia certos aspectos da vida terrena de Cristo, como sendo potencialmente verídicos, enquanto negava o restante dos relatos bíblicos através de suas explicações. Estava em frontal oposição à declaração joanina: "Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo não veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo..."(1 Jo 4.2,3).
Cerinto, habitante da Ásia Menor, defendia a opinião de que Jesus fora unido a Cristo, o Filho de Deus, por ocasião do seu batismo, e que Cristo abandonou o Jesus terreno antes da crucificação. Acreditava que o sofrimento e a morte de Jesus eram incompatíveis com a divindade de Cristo. Outra teoria docética, associada a Basílides, sugeria que ocorreu um engano, que Simão, o Cirineu, fora crucificado em lugar de Cristo, escapando Jesus, desse modo, da morte na cruz (História da Teologia – Concórdia S/A – Pág18).
Contra as heresias do docetismo, além do apóstolo João, se levantou Irineu, um dos líderes da Igreja antiga. Quanto ao docetismo, aos crentes seus contemporâneos, escreveu ele:"Torna-te surdo quando te falam de um Jesus Cristo fora daquele que foi da família de Davi, filho de Maria, nasceu autenticamente, comeu e bebeu, padeceu verdadeiramente sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado e morreu verdadeiramente... De que me valeria estar em cadeias, se Cristo sofreu somente na aparência, como certos pretendem? Esses, sim, não passam de meras aparências" (Documentos da Igreja Cristã – Juerp – Pág.68).
Sobre monarquianismo
O Monarquianismo negava basicamente o conceito trinitário da divindade. Sustentava que a doutrina da Trindade se opunha à fé no Deus único. Seus adeptos repudiavam a idéia da "economia", segundo a qual Deus, que certamente é um, rebelou-se de tal maneira que apareceu como Filho e como Espírito Santo. O monarquianismo se manifestou de duas formas: Dinamista e Modalismo.
a) O Monarquianismo Dinamista
O primeiro defensor desta forma de monarquianismo foi o curtidor Teodoto, que chegou a Roma vindo de Bizâncio no ano 190, como resultado de uma perseguição. Era hostil à cristologia do Logos e, em geral, negava a divindade de Cristo. Em vez disso, acreditava ser Cristo mero homem. Nasceu duma virgem, mas apesar disso não passava dum mero homem. Era superior aos demais homens apenas com respeito à sua justiça. Mais especificamente, Teodoto concebeu a relação entre Cristo e o homem Jesus do seguinte modo. Jesus vivera como os demais homens; por ocasião de seu batismo, contudo, Cristo veio sobre ele como um poder que estava ativo dentro dele a partir de então... Considerava-se Jesus um profeta que não se tornou Deus, embora estivesse equipado com poderes divinos por algum tempo. Só se uniu a Deus depois de sua ressurreição (História da Teologia – Concórdia S/A – Pág. 58).
b) O Monarquianismo Modalista
A história responsabiliza Noeto e seus discípulos como divulgadores dessa forma de monarquinismo. Noeto rejeitava a doutrina da Trindade divina, inclusive a cristologia do Logos e as tendências subordinacionistas implícitas nela. Para Noeto, apenas o Pai é Deus, e embora esteja oculto à vista dos homens, manifestou-se e se fez conhecer segundo o seu beneplácito. Deus não está sujeito a sofrimento e morte, mas pode sofrer e morrer se ele assim o quiser. Ao dizer isto, Noeto procurou ressaltar a unidade de Deus. O Pai e o Filho não são apenas da mesma essência; são também o mesmo Deus sob nome e forma diferentes. Noeto negou-se a diferenciar entre as três pessoas da Divindade. Como ele entendia o problema, podia-se dizer tão bem que o Pai sofreu como dizer que Cristo sofreu.
Sobre o sabelianismo
O sabelianismo, um movimento religioso organizado por Sabélio, cerca do ano 375, confundia a pessoa de Cristo apenas com uma faceta ou manifestação de Deus. Ensinava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma só e a mesma essência, três nomes apenas dados a uma só e mesma substância.
Propõe uma analogia perfeita tomada do corpo, da alma e do espírito do homem. O corpo seria o Pai, a alma seria o Filho, enquanto o Espírito Santo seria para com a divindade o que o espírito é para com o homem. Ou tome-se o Sol: o Sol é uma só substância, mas com Tríplice manifestação: luz, calor e globo solar.
O calor... é (análogo a) o Espírito; a luz, ao Filho; enquanto o Pai é representado pela verdadeira substância. Em certo momento, o Filho foi emitido como um raio de luz; cumpriu no mundo tudo o que cabia à dispensação do Evangelho e à salvação dos homens, e retirou-se para os céus, semelhantemente ao raio enviado pelo sol que é novamente incorporado a ele.
O Espírito Santo é enviado mais sigilosamente ao mundo e, sucessivamente, aos indivíduos dignos de o receberem (Documentos da Igreja Cristã Juerp – Pág. 71).Atribui-se a Sabélio a frase: "Deus, com respeito à hipóstase é um, mas foi personificado na Escritura de várias maneiras segundo a necessidade do momento" (História da Teologia – Concórdia S/A – Pág. 59).