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17 de setembro de 2025

Sobre monarquianismo

O Monarquianismo negava basicamente o conceito trinitário da divindade. Sustentava que a doutrina da Trindade se opunha à fé no Deus único. Seus adeptos re­pudiavam a idéia da "economia", segundo a qual Deus, que certamente é um, rebelou-se de tal maneira que apareceu como Filho e como Espírito Santo. O monarquianismo se manifestou de duas formas: Dinamista e Modalismo.

a) O Monarquianismo Dinamista
O primeiro defensor desta forma de monarquianismo foi o curtidor Teodoto, que chegou a Roma vindo de Bizâncio no ano 190, como resultado de uma perseguição. Era hostil à cristologia do Logos e, em geral, negava a divinda­de de Cristo. Em vez disso, acreditava ser Cristo mero ho­mem. Nasceu duma virgem, mas apesar disso não passava dum mero homem. Era superior aos demais homens ape­nas com respeito à sua justiça. Mais especificamente, Teo­doto concebeu a relação entre Cristo e o homem Jesus do seguinte modo. Jesus vivera como os demais homens; por ocasião de seu batismo, contudo, Cristo veio sobre ele como um poder que estava ativo dentro dele a partir de en­tão... Considerava-se Jesus um profeta que não se tornou Deus, embora estivesse equipado com poderes divinos por algum tempo. Só se uniu a Deus depois de sua ressurreição (História da Teologia – Concórdia S/A – Pág. 58).

b) O Monarquianismo Modalista
A história responsabiliza Noeto e seus discípulos como divulgadores dessa forma de monarquinismo. Noeto rejei­tava a doutrina da Trindade divina, inclusive a cristologia do Logos e as tendências subordinacionistas implícitas ne­la. Para Noeto, apenas o Pai é Deus, e embora esteja oculto à vista dos homens, manifestou-se e se fez conhecer segun­do o seu beneplácito. Deus não está sujeito a sofrimento e morte, mas pode sofrer e morrer se ele assim o quiser. Ao dizer isto, Noeto procurou ressaltar a unidade de Deus. O Pai e o Filho não são apenas da mesma essência; são tam­bém o mesmo Deus sob nome e forma diferentes. Noeto ne­gou-se a diferenciar entre as três pessoas da Divindade. Como ele entendia o problema, podia-se dizer tão bem que o Pai sofreu como dizer que Cristo sofreu.

Sobre o sabelianismo

O sabelianismo, um movimento religioso organizado por Sabélio, cerca do ano 375, confundia a pessoa de Cristo apenas com uma faceta ou manifestação de Deus. Ensina­va que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma só e a mes­ma essência, três nomes apenas dados a uma só e mesma substância. 

Propõe uma analogia perfeita tomada do cor­po, da alma e do espírito do homem. O corpo seria o Pai, a alma seria o Filho, enquanto o Espírito Santo seria para com a divindade o que o espírito é para com o homem. Ou tome-se o Sol: o Sol é uma só substância, mas com Tríplice manifestação: luz, calor e globo solar. 

O calor... é (análogo a) o Espírito; a luz, ao Filho; enquanto o Pai é representa­do pela verdadeira substância. Em certo momento, o Filho foi emitido como um raio de luz; cumpriu no mundo tudo o que cabia à dispensação do Evangelho e à salvação dos ho­mens, e retirou-se para os céus, semelhantemente ao raio enviado pelo sol que é novamente incorporado a ele.

O Espírito Santo é enviado mais sigilosamente ao mundo e, sucessivamente, aos indivíduos dignos de o receberem (Documentos da Igreja Cristã Juerp – Pág. 71).Atribui-se a Sabélio a frase: "Deus, com respeito à hipóstase é um, mas foi personificado na Escritura de várias maneiras segundo a necessidade do momento" (História da Teologia – Concórdia S/A – Pág. 59).