A Ciropédia é uma biografia parcialmente ficcionista de Ciro, o Grande, escrita pelo ateniense Xenofonte, que fala da educação de Ciro de 430 A.C.-352 A.C.
"Nasceu em Atenas por volta de -428. Era de família abastada e conviveu com Sócrates até -401, quando se juntou aos mercenários gregos que combateram na Pérsia em favor de Ciro, o Jovem. Após a batalha de Cunaxa, os mercenários gregos tiveram de fugir e Xenofonte foi um dos líderes da bem sucedida retirada.
Lutou novamente contra os persas ao lado dos espartanos e tornou-se amigo do rei Agesilaus (-396). Acompanhou-o de volta à Grécia quando começou a Guerra de Corinto (-395/-387) e consta que ficou do lado de Esparta durante a batalha de Queronéia (-394), possivelmente sem participar dos combates.
Devido ao seu óbvio alinhamento com os interesses espartanos, na época contrários aos de Atenas, os atenienses exilaram-no e confiscaram seus bens. Esparta concedeu-lhe, então, a proxenia e uma propriedade na Élida, perto de Olímpia (-390). Durante os 20 anos seguintes, Xenofonte foi apenas um tranqüilo e abastado proprietário rural e escreveu grande parte de suas obras. Após a derrota dos espartanos em Leuctras (-371), porém, teve de abandonar a propriedade e se refugiar em Corinto.
Anos antes, com a reaproximação de Atenas e Esparta, seu exílio havia sido revogado, mas ele aparentemente não voltou mais à pátria. Seu filhos, no entanto, lutaram no exército ateniense e um deles, Grilo, morreu em Mantinéia (-362).
Sua última obra parece ter sido escrita em -355 ou poucos anos depois: é a última referência que temos sobre sua vida.
Obras sobreviventes: Todas as suas obras foram conservadas. A cronologia da maioria é pouco exata, porém todas devem ter sido escritas depois de -390, quando se retirou para sua propriedade na Élida. É costume dividí-las em três grupos:
Obras "quase" históricas: Anábase, Helênicas, A Educação de Ciro (-370), Agesilau (-360).
Obras socráticas: Memoráveis, Apologia de Sócrates, O Banquete, Econômico.
Obras "menores": A Constituição dos Lacedemônios, O Comandante de Cavalaria, Hieron, Da Equitação, As Rendas (-355).
A Constituição de Atenas, atribuída a ele pelos antigos, não é de sua autoria; há também sérias dúvidas sobre a autenticidade do pequeno tratado Da Caça.
Características da obra
Xenofonte era um homem de ação e sua concepção de vida, tradicionalista, aristocrática e antidemocrática, seguia de perto as idéias espartanas. Como bom ateniense, porém, sentia necessidade de discutir, argumentar, ponderar, explicar as razões de seus pensamentos e atos. Nada tinha de filósofo, e seus escritos socráticos procuravam apenas defender a memória do amigo e transmitir seus ensinamentos.
As variadas experiências vividas por ele se refletem na diversidade de sua obra; a personalidade marcante do autor e suas idéias aparecem com nitidez em cada parágrafo. De certa forma, essa é a principal razão de sua deficiência como historiador: as narrativas contêm, principalmente, as lembranças e a visão pessoal de Xenofonte. A despeito disso, o relato dos eventos ocorridos entre -411 e -362 são inestimáveis para a reconstituição histórica da época.
Do ponto de vista literário, Xenofonte é um dos modelos mais perfeitos do dialeto ático. Suas narrativas podem parecer um pouco cansativas ao leitor moderno, porém seu estilo simples, elegante e correto é certamento um marco da literatura grega. Foi também um dos primeiros escritores gregos a escrever biografias (Agesilau)." Ler o livro...
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