A Bíblia diz que Cristo é tanto o “autor” como o “consumador” da nossa fé (Hb 12.2). A designação de “autor” refere-se à provisão da salvação mediante Jesus Cristo; e “consumador” refere-se à aplicação dessa mesma salvação também mediante Cristo. Através da sua vida imaculada e da sua morte expiatória, Cristo providenciou a salvação, e na medida em que ela é aplicada individualmente a cada pessoa que aceita, é Cristo quem está completando a sua obra, prosseguindo até o momento da glorificação final dos salvos.
1. O Pecado do Homem
A nossa compreensão a respeito da salvação deve começar pela compreensão de quem é que necessita da salvação e por que necessita dela. De acordo com as Escrituras o homem é um ser totalmente depravado, alienado da glória de Deus e destinado ao castigo divino (Ef 2.1-3). Deste modo por si só, o homem não pode se salvar (Rm 7.18). Sob a perspectiva divina, o homem é considerado espiritualmente paralítico, aguardando o estender do “braço salvador” do Senhor, o único capaz de levantar o pecador do seu estado de miséria espiritual (Is 59.16). A raiz do problema espiritual do homem é inerente à sua própria natureza caída. Do nascimento à morte o homem estar em inimizade e conflito com Deus (Sl 57.7; Jr 17.9; Rm 7.48). Não há homem que consiga a salvação por seus próprios méritos, uma vez que todos são achados culpados diante de Deus (Ec 7.20). O apóstolo Paulo pontifica “não há justo, nem sequer um” (Rm 3.10). Muitos se imaginam mais justos que os outros, e deste modo ficam satisfeitos com o conceito de justiça que fazem de si mesmos. Devemos compreender, porém, que Deus não estabelece a justiça comparando homem com homem. Deus busca comparação entre o nosso viver e a sua lei, e nos acha em falta. Neste particular, o veredito das Escrituras é que “todas as nossas justiças são trapo de imundície” (Is 64.6), e que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23).
2. A Graça de Deus
No contexto da doutrina da salvação, graça divina deve ser abordada sob duplo aspecto: Como favor imerecido da parte de Deus para com todos os pecadores, indistintamente; Como poder restringidor do pecado, operante na reconciliação do homem com Deus, e na santificação do crente. Não se deve confundir a graça de Deus como “obrigação moral” divina a constrangê-lo a fazer alguma coisa contrária à sua natureza santa. Nada, poderá ser estabelecido e aceito como lei, constrangendo-o a soerguer o pecador do estado no qual se encontra. “e todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (Jo 1.16). Enquanto o homem continuar a responder afirmativamente à graça de Deus, esta será o grande agente pelo qual ele receberá a justificação, a regeneração, a santificação e a segurança em Deus (Tt 3.7; Jo 3.3; At 26.18; 1 Pd 1.5). A proporção da graça que o homem recebe depende exclusivamente da sua decisão, independentemente da vontade, já manifesta. Por esta razão, nos adverte o apóstolo Pedro: “antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pd 3.18).
3. A Provisão de Cristo
Apesar de estar empenhado na nossa salvação e segurança, não é querer de Deus declarar-nos inocentes simplesmente. Devemos ter em mente o fato de que Deus é um Deus não só de amor, é um Deus também de justiça. Portanto, para Deus declarar-nos inocentes independentemente da nossa conversão, seria uma ofensa à sua justiça. Seria um procedimento que entraria em choque com a sua santidade que declara que “a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4). Então, como poderia Deus manter a perfeição da sua justiça e ainda assim salvar pecadores? A resposta está no fato de que Deus não desculpa o nosso pecado, pelo contrário, Ele o remove completamente. Para nos ajudar a compreender isto, Deus nos dá o exemplo de um cordeiro substituto e expiador. Esse cordeiro típico do Antigo Testamento apontava para Jesus, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Assim como o cordeiro para o uso nos sacrifícios da antiga aliança devia ser um animal sem nenhum defeito ou mancha, de igual modo Deus requeria um Cordeiro substituto perfeito, capaz de oferecer um único sacrifício, suficiente para salvar a tantos quantos aceitassem o seu sacrifício. De acordo com a Epístola aos Hebreus, Jesus Cristo satisfez plenamente essa exigência de Deus “quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14). Na morte de Cristo a justiça de Deus a nosso respeito foi plenamente satisfeita.
4. O Alcance da Salvação
Com muita freqüência se ouve a pergunta: “Por quem Cristo morreu?” se alguém responde: - “Pelo mundo inteiro”, alguma outra pessoa poderá objetar: - “Então porque nem todas as pessoas são salvas?” agora, se alguém afirmar que Cristo morreu apenas pelos “eleitos”, facilmente outra pessoa considerará injusta a ação de Deus, visto que somente uns poucos “escolhidos” serão salvos. A Bíblia responde a esta questão, dizendo que:
a) A Salvação é Para o Mundo Inteiro
Através do sacrifício perfeito de Cristo, todos os habitantes da terra foram representados, e os seus pecados foram potencialmente perdoados. Cristo “é a propiciação pelos os nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 Jo 2.2; 2 Co 5.14; Hb 2.9).
b) A Salvação é Para os que Creem
Apesar de Cristo haver morrido pelos pecados do mundo inteiro, há um sentido em que a expiação é uma provisão divina feita especialmente por aqueles que creem. Paulo apresenta Jesus Cristo como o “Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis” (1 Tm 4.10). Deste modo, apesar de a salvação estar à disposição de toda a humanidade, de forma experimental ela se aplica exclusivamente àqueles que creem. A salvação foi preparada para todas as pessoas, o problema é que nem todas as pessoas estão preparadas para a salvação.
c) Alguns Abandonarão a Salvação
A Bíblia dá a entender que muitos daqueles pelos quais Cristo morreu, aceitarão a sua provisão salvadora, mas depois a abandonarão, perdendo com isto o direito à vida eterna. Sobre esses, escreverão Paulo e Pedro: “Perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu” (1 Co 8.14). “Negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2 Pd 2.1). Ler mais...
1. O Pecado do Homem
A nossa compreensão a respeito da salvação deve começar pela compreensão de quem é que necessita da salvação e por que necessita dela. De acordo com as Escrituras o homem é um ser totalmente depravado, alienado da glória de Deus e destinado ao castigo divino (Ef 2.1-3). Deste modo por si só, o homem não pode se salvar (Rm 7.18). Sob a perspectiva divina, o homem é considerado espiritualmente paralítico, aguardando o estender do “braço salvador” do Senhor, o único capaz de levantar o pecador do seu estado de miséria espiritual (Is 59.16). A raiz do problema espiritual do homem é inerente à sua própria natureza caída. Do nascimento à morte o homem estar em inimizade e conflito com Deus (Sl 57.7; Jr 17.9; Rm 7.48). Não há homem que consiga a salvação por seus próprios méritos, uma vez que todos são achados culpados diante de Deus (Ec 7.20). O apóstolo Paulo pontifica “não há justo, nem sequer um” (Rm 3.10). Muitos se imaginam mais justos que os outros, e deste modo ficam satisfeitos com o conceito de justiça que fazem de si mesmos. Devemos compreender, porém, que Deus não estabelece a justiça comparando homem com homem. Deus busca comparação entre o nosso viver e a sua lei, e nos acha em falta. Neste particular, o veredito das Escrituras é que “todas as nossas justiças são trapo de imundície” (Is 64.6), e que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23).
2. A Graça de Deus
No contexto da doutrina da salvação, graça divina deve ser abordada sob duplo aspecto: Como favor imerecido da parte de Deus para com todos os pecadores, indistintamente; Como poder restringidor do pecado, operante na reconciliação do homem com Deus, e na santificação do crente. Não se deve confundir a graça de Deus como “obrigação moral” divina a constrangê-lo a fazer alguma coisa contrária à sua natureza santa. Nada, poderá ser estabelecido e aceito como lei, constrangendo-o a soerguer o pecador do estado no qual se encontra. “e todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça” (Jo 1.16). Enquanto o homem continuar a responder afirmativamente à graça de Deus, esta será o grande agente pelo qual ele receberá a justificação, a regeneração, a santificação e a segurança em Deus (Tt 3.7; Jo 3.3; At 26.18; 1 Pd 1.5). A proporção da graça que o homem recebe depende exclusivamente da sua decisão, independentemente da vontade, já manifesta. Por esta razão, nos adverte o apóstolo Pedro: “antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pd 3.18).
3. A Provisão de Cristo
Apesar de estar empenhado na nossa salvação e segurança, não é querer de Deus declarar-nos inocentes simplesmente. Devemos ter em mente o fato de que Deus é um Deus não só de amor, é um Deus também de justiça. Portanto, para Deus declarar-nos inocentes independentemente da nossa conversão, seria uma ofensa à sua justiça. Seria um procedimento que entraria em choque com a sua santidade que declara que “a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4). Então, como poderia Deus manter a perfeição da sua justiça e ainda assim salvar pecadores? A resposta está no fato de que Deus não desculpa o nosso pecado, pelo contrário, Ele o remove completamente. Para nos ajudar a compreender isto, Deus nos dá o exemplo de um cordeiro substituto e expiador. Esse cordeiro típico do Antigo Testamento apontava para Jesus, “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Assim como o cordeiro para o uso nos sacrifícios da antiga aliança devia ser um animal sem nenhum defeito ou mancha, de igual modo Deus requeria um Cordeiro substituto perfeito, capaz de oferecer um único sacrifício, suficiente para salvar a tantos quantos aceitassem o seu sacrifício. De acordo com a Epístola aos Hebreus, Jesus Cristo satisfez plenamente essa exigência de Deus “quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?” (Hb 9.14). Na morte de Cristo a justiça de Deus a nosso respeito foi plenamente satisfeita.
4. O Alcance da Salvação
Com muita freqüência se ouve a pergunta: “Por quem Cristo morreu?” se alguém responde: - “Pelo mundo inteiro”, alguma outra pessoa poderá objetar: - “Então porque nem todas as pessoas são salvas?” agora, se alguém afirmar que Cristo morreu apenas pelos “eleitos”, facilmente outra pessoa considerará injusta a ação de Deus, visto que somente uns poucos “escolhidos” serão salvos. A Bíblia responde a esta questão, dizendo que:
a) A Salvação é Para o Mundo Inteiro
Através do sacrifício perfeito de Cristo, todos os habitantes da terra foram representados, e os seus pecados foram potencialmente perdoados. Cristo “é a propiciação pelos os nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1 Jo 2.2; 2 Co 5.14; Hb 2.9).
b) A Salvação é Para os que Creem
Apesar de Cristo haver morrido pelos pecados do mundo inteiro, há um sentido em que a expiação é uma provisão divina feita especialmente por aqueles que creem. Paulo apresenta Jesus Cristo como o “Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis” (1 Tm 4.10). Deste modo, apesar de a salvação estar à disposição de toda a humanidade, de forma experimental ela se aplica exclusivamente àqueles que creem. A salvação foi preparada para todas as pessoas, o problema é que nem todas as pessoas estão preparadas para a salvação.
c) Alguns Abandonarão a Salvação
A Bíblia dá a entender que muitos daqueles pelos quais Cristo morreu, aceitarão a sua provisão salvadora, mas depois a abandonarão, perdendo com isto o direito à vida eterna. Sobre esses, escreverão Paulo e Pedro: “Perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu” (1 Co 8.14). “Negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição” (2 Pd 2.1). Ler mais...
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