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A Adoção - VI


Humanamente falando, adoção é o processo pelo qual uma criança é trazida e aceita numa família, quando por natureza não tinha direito algum de pertencer àquela família. Esta transação legal traz como resultado, a criança tornar-se um filho; um novo membro da família, com plenos direitos sobre o patrimônio da família que a adotou. A adoção espiritual é baseada neste mesmo princípio, se bem que a adoção divina é infinitamente mais abrangente no seu alcance e finalidade. Depois que o homem, que por natureza é filho da ira, (Ef 2.3) crê em Cristo, é feito filho de Deus, e passa a ter os direitos e privilégios inerentes àquela posição: o privilégio da filiação, de ser membro da família de Deus, e o direito de ser herdeiro de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rm 8.15-17).
1. O Crente Como Filho de Deus
O relacionamento filial do crente com Deus independe do tempo. Não é uma esperança futura, mas um usufruto presente. Quanto a isto escreve o apóstolo João: "Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é" (1 Jo 3.2). Um dos privilégios que goza o filho de Deus diz respeito à estreita comunhão que ele goza com o seu Pai celestial. Contrastando o relacionamento amoroso e filial que o crente goza com Deus, com a atitude de um escravo que treme de medo diante do seu senhor, escreve o apóstolo Paulo: "Porque não recebestes o espírito da escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15). A Bíblia ensina o crente a temer a Deus, mas numa atitude de respeito e reverência, e não de angústia e de medo. O Espírito de Cristo libertou o crente do medo servil de ser castigado ou rejeitado por causa do menor erro que pudesse desagradar a seu Senhor. O crente deve saber que é filho e não mero empregado de Deus. Como filho de Deus o crente deverá obedecer-lhe; (Mt 5.16; Fp 2.15; 2 Co 6.17.18), sujeitar-se à orientação e disciplina do seu Pai; (Rm 8.14,16; Hb 12.5,6,12,13) ir à presença do Pai livre e desimpedidamente, tantas vezes deseje (Ef 2.18; Mt 6.31,32; Fp 4.19).
2. O Crente Como Irmão de Jesus Cristo
Ao adotar o crente como filho, Deus criou uma posição de honra e dignidade anteriormente inexistente. Este fato modificou toda a hierarquia do Universo. Deste modo, apesar de os anjos terem sido criados superiores ao homem, mediante a provisão divina para a salvação e adoção do crente, este foi exaltado para dominar sobre os anjos (Hb 2.7,5; 1.14). Hebreus 2.11, diz que Cristo não se envergonha de chamar os crentes de "irmãos". Ser chamado "filho de Deus" é em si um privilégio difícil de entender, mas ser chamado "irmão de Jesus Cristo" é quase além da imaginação. É um fato extremamente maravilhoso! Em Cristo, todos os crentes foram feitos irmãos uns do outros. Jesus disse: "Porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos" (Mt 23.8). Aqueles que fazem parte da família de Deus participam de um amor e solicitudes especiais uns para com os outros. É exatamente este amor que comprova a realidade da nossa adoção como filhos de Deus. "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte" (1 Jo 3.14). "Nisto conhecerão todos que sois meus "discípulos, se tiverdes amor uns aos outros" (Jo 13.35).
3. O Crente Como Herdeiro do Céu
Mediante a adoção divina, o crente não somente é elevado à oposição de participante da aristocracia do Céu, como também torna-se herdeiro do maior patrimônio do Universo: “... somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rm 8.17). Em contraste com as heranças terrestres que são entregues ao herdeiro só quando o pai morre, o crente recebe a sua herança em abundante vida. Além da herança recebida aqui como usufruto e antegozo, dentre outras coisas, Deus nos assegura: "um reino de glória... uma pátria melhor, uma cidade... uma coroa de glória. uma coroa de vida, uma coroa de justiça... eterno peso de glória... verão a sua face... reinarão para sempre e sempre... para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação preparada para revelar-se no último tempo" (1 Pd 1.4,5). São as imensuráveis riquezas de Cristo, o nosso "irmão mais velho", que nos fazem abundantemente ricos também. "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos" (2 Co 8.9).
4. Bênçãos Decorrentes da Adoção
Dentre as incontáveis bênçãos decorrentes da adoção divina, através da qual somos feitos legítimos filhos de Deus, se destacam as seguintes:
a) Libertação da Escravidão da Lei
Ismael e Isaque não podiam viver sob o mesmo teto. Ismael era o filho da escrava, enquanto Isaque era filho da esposa legítima (Gl 4.21-30) "E assim, irmãos, somos filhos não da escrava e sim da livre" (Gl 4.31). "Deus enviou seu Filho... para resgatar os que estavam sob a lei para que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl 4.4,3). Esse lugar de adoção tira de nosso pescoço o jugo do qual diz o apóstolo - "nem nossos pais puderam suportar, nem nós" (At 15.10). A adoção traz-nos à liberdade não de pecar, mas da filiação.
b) Libertação do Medo
Os filhos de Deus com freqüência sofrem temores – o temor de falhar o medo passado, do presente, do futuro; e o medo de Satanás, ou do homem, ou de si mesmo. Esses temores e medos não provêm de Deus, uma vez que "Deus não nos tem dado o espírito de covardia" (2 Tm 1.7). A apropriação dos nossos direitos de adoção nos livrará do temor. "Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção" (Rm 8.15). Há grande conforto e alívio ao nos lembrarmos que podemos confiar no cuidado do Pai celeste uma vez que somos seus filhos pela fé em Jesus Cristo. Deste modo o medo é anulado para dar lugar à confiança filial.
c) Segurança e Certeza
O próprio Espírito dá testemunho com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus" (Rm 8.16). Uma vez que o testemunho do Espírito Santo é um testemunho verdadeiro, então há grande segurança e certeza no seu testemunho. A exclamação Aba, Pai é coisa real, nascida do próprio Espírito de Deus. Isso nos liberta da incerteza no que diz respeito ao porvir, e também de arrependimentos do passado, ao mesmo tempo em que nos leva à presente comunhão com o Pai, a quem pertencemos. Ler mais...

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