Introdução
No
dia 7 de março de 1557 chegou a Guanabara um grupo de (huguenotes)
calvinistas franceses com o propósito de ajudar a estabelecer um
refúgio para os calvinistas perseguidos na França. eles foram
torturas, perseguidos e mortos por professar sua fé em Jesus.
Tema:
A confissão de fé dos calvinistas
franceses em solo brasileiro
A
19 de Fevereiro de 1558, os fiéis cristãos calvinistas sofreram o
batismo de sangue na Fortaleza de Villegaignon, na Baia de Guanabara,
Rio de Janeiro. Vê-se o alargamento da igreja de Cristo Jesus mais
os acontecimentos martirológico brasileiro mais a História não
nada encoberta.
A
tradução da confissão de fé dos mártires no Brasil foi feita
pelo DR. Erasmo Braga, que era membro da Academia de Letras de São
Paulo e Deão do Seminário Teológico Presbiteriano em Campinas; que
nos revelou a execução dos mártires: Jean Du Bourdel, Marthieu
Verneuil e Pierre Bourdon. Os confidentes da fé cristã no Brasil,
que a História não permitiu ficar no anonimato chegando todos nós
cristãos.
A
redação da confissão de fé calvinista foi feita por Jean Du
Bourdel, que conhecia a língua latina. Durante toda aquela noite ele
se ocupou com seus dois colegas, tentando lembrar as passagens das
Sagradas Escrituras para fazer a redação e entregar no dia seguinte
segundo cobrara o comandante Villegaignon, a razão de sua crença em
Jesus Cristo. Para os calvinistas embora sendo homens leigos e sem
nenhuma instrução teológica, era à hora de mostrar pela confissão
de fé, sua fé em Jesus, seu precioso conhecimento que tinham das
sagradas e o que sabiam sobre a vida espiritual. Jean Du Bourdel,
quando viu e sentiu que seus companheiros estavam esmorecidos na fé,
procurou despertá-los e infundindo para se encorajarem a se manterem
firmes e fiéis na fé ao Divino Mestre Jesus; em quem depositavam
toda sua confiança e fé.
Jean
Du Bourdel, ao fazer a conclusão da redação em resposta ao
Almirante Villegaignon, leram repetidas vezes cada item com seus
colegas para conferir se a confissão de fé estava segundo a fé
cristã. Após aprovarem concordemente ambos assinaram à confissão
de fé, que achavam católica a (ou a confissão universal de fé era
fundamentada na palavra da verdade, e se declaram dispostos a morrem
caso fosse a santa e permissiva vontade de Deus em Cristo Jesus.
Eis
aqui a confissão de fé dos mártires do Brasil
I.
Item. Cremos em um só Deus, imortal e invisível criador do céu
e da terra, e de todas as coisas, tanto visíveis como visíveis; o
qual é distinto em três pessoas: o Pai, o Filho, e o Espírito, que
não fazem senão uma mesma substância em essência eterna e uma
mesma vontade. (A) O Pai fonte e começo de todo bem; (B) o filho
eternamente gerado do Pai, o qual, cumprindo a plenitude do tempo, se
manifestou em carne ao mundo, sendo concebido do Espírito Santo,
nascido da Virgem Maria, feito sob a Lei para resgatar os que estavam
sob ela, a fim de que recebêssemos a adoção de próprios filhos;
(C) o Espírito Santo, procedente do Pai e do filho, Mestre de toda
a verdade, falando pelo boca dos Profetas, sugerindo todas as coisas
que firam ditas por nosso Senhor Jesus Cristo aos seus santos
Apóstolos. Esse é o único consolador em aflição, dando
constância e perseverança em todo bem.
II.
Item. Adorando nosso Senhor Jesus Cristo, não separamos uma
natureza da outra; confessando as duas naturezas, a saber, a divina e
a humana nEle inseparáveis
III.
Item. Cremos quanto ao Filho de Deus e ao Santo Espírito, o que
a Palavra de Deus e a doutrina apostólica, e o símbolo nos ensinam.
IV. Item. Cremos que o Senhor Jesus Cristo verá julgar os
vivos e os mortos, em forma visível e humana como subiu ao céu,
executando tal juízo na forma em que nos predisse em São Mateus,
vigésimo quinto capítulo, tendo todo o poder de julgar, a Ele dado
pelo pai, em tanto que é homem.
V.
Item. Cremos que no Santíssimo Sacramento da Ceia, com as
figuras corporais do pão e do vinho, que por meio deles as almas
fiéis são realmente alimentadas de fato coma própria substância
de nosso Senhor Jesus como nossos corpos são alimentados de
viandas,, e assim não entendemos dizer que pão e o vinho sejam
transformados ou transubstanciados no corpo e sangue d’Ele, porque
o pão continha em natureza e substância, semelhantes o vinho e não
há mudança ou alteração.
VI.
Item. Cremos que, se fosse necessário pôr água no vinho, os
evangelistas e São Paulo não teriam omitido uma coisa de tão
grande consequência.
VII.
Item. Cremos que não há outra consagração que se faz pelo
ministro, quando se celebra a ceia, recitando o ministro ao povo, em
linguagem conhecida, a instituição desta ceia literalmente, segundo
a forma que nosso senhor Jesus Cristo nos prescreveu, admoestando o
povo da sua morte e paixão. E mesmo, como diz santo Agostinho, a
consagração e a palavra da fé que pregada e recebida com fé.
Pelo que, segue-se que as palavras secretamente pronunciadas sobre os
sinais não podem ser a consagradas como parece aparece da
instituição que nosso Senhor Jesus Cristo deixou aos seus santos
Apóstolos, dirigindo suas palavras aos seus discípulos presentes,
aos quais ordenou tomar e comer.
VIII.
Item. O Santo Sacramento da Ceia não é vinda para o corpo como
para as almas (porque nós não imaginamos nada de carnal, como
declaramos no artigo quinto), recebendo-o por fé, a qual não é
carnal.
IX.
Item. Cremos que o batismo é sacramental de pertinência, e
como uma entrada na igreja de Deus, para sermos incorporado em Jesus
Cristo. Representa-nos a remissão de nossos pecados passados e
futuros, a qual é adquirida plenamente só pela morte vicaria de
nosso Senhor Jesus Cristo.
X.
Item. Quanto ao livre-arbítrio, cremos que, se o homem, criado à
imagem de Deus, teve liberdade e vontade, tanto para o bem como para
o mal, só ele conheceu o que era livre árbitro, estando em sua
integridade. Ora, ele nem apenas guardou este dom de Deus, assim dele
foi privado por seu pecado, e todos os que descendem dele, de sorte
que nenhum da semente de Adão tem centelha do bem.
XI.
Item. Cremos que pertence só à palavra de Deus perdoar os
pecados, da qual, como dia Santo Ambrosio, o homem é apenas o
ministro; portanto, se ele condena ou absolve, não é ele, mas a sua
palavra que de Deus anunciou.
XII.
Item. Quanto à imposição das mãos, esse serviu em seu tempo,
e não há necessidade de conservá-la agora, porque pela imposição
das mãos não se dar o Santo Espírito, porquanto isto só a Deus
pertence.
XIII.
Item. A separação entre o homem e a mulher legitimamente unidos
por casamento não se pôde fazer senão por causa do adultério,
como nosso Senhor ensina. Mateus, capítulo XIX verso 5. E não
somente se pôde fazer a separação por causa, mais, também, bem
examinado a causa perante o magistrado, a parte não culpada, se não
conter, pôde casar-se, como São Ambrosio diz sobre o capítulo 7
da página Epistola aos Coríntios. O magistrado, todavia, deve nisso
proceder com madureza de conselho.
XIV.
Item. São Paulo, ensinando que o bispo deve de uma só mulher,
não diz que lhe seja lícito tornar-se a casar, mas o santo Apóstolo
condena a bigamia a que os homens daqueles tempos eram muito efeitos;
todavia, nisso deixamos o julgamento aos mais versados nas Santas
Escrituras, não se fundando a nossa fé sobre esse ponto.
XV.
Item. Não é lícito votar a Deus. Senão o que Ele aprova.
Ora, é assim que os votos monásticos só tendem à corrupção do
verdadeiro serviço a Deus. São também grandes temeridade e
presunção do homem fazer votos além da medida de sua vocação,
visto que as Santas Escrituras nos ensinam que a continência é um
dom especial. Mateus 15; e 1 Coríntios 7. Portanto, segue-se que os
que se impõem esta necessidade, renunciando ao matrimônio toda a
sua vida, não podem ser desculpados de extrema temeridade e
confiança excessiva e insolentes em si mesmo.
XVI.
Item. Quanto aos mortos, São Paulo na sua Primeira Epístola aos
Tessalonicenses, IV capítulo, nos proíbe entristecer-nos por eles,
porque isto convém aos pagãos, que têm esperança alguma de
ressuscitar. O Apóstolo não manda e nem ensina orar por eles, o que
não teria esquecido, se fosse conveniente. São Agostinho, sobre
Salmos 11:8, diz que os espíritos dos mortos recebem conforme o que
tiverem feito durante a vida; que, se nada estando vivos, nada
recebem, estando mortos. . Esta é a resposta que damos aos artigos
por vós, segundo a medida da fé, que Deus nos deu, suplicando que
lhe apraz a fazer que em nós não seja morta, antes produza frutos
dignos de seus filhos, e assim, fazendo-nos crescer e perseverar
n’ela, lhe rendamos graça e louvores para todo sempre. Assim seja.
- Assinado: Jean Du Bourdel, Mathieu Verneull, Pierre Bourdon, André
La-fon.
Observação:
essa foi a confissão de fé dos calvinistas em solo brasileiro, que
lhe custou suas próprias vidas na Bahia de Guanabara, Rio de
Janeiro, Sexta-Feira 9 de Fevereiro de 1558.
Conclusão
Os
calvinistas franceses foram obrigados a confessar sua fé em Jesus,
no prazo de doze horas, segundo o pedido do Almirante Villegaignon.
Como sua confissão não agradou Almirante, eles foram presos, e
atados e foram atirados de um despenhadeiro. Essa foi confissão de
fé na América, banhada de sangue dos mártires huguenotes. Por Pbsena
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