1.
A Vida de Deus
A
vida de Deus é intimamente ligada ao próprio fato da existência de
Deus, estudada nas duas divisões anteriores. Há coisas que
existem e no entanto não têm vida, como
é o caso do Pão de Açúcar, na cidade do Rio de Janeiro, os
Alpes Suíços, a Cordilheira dos Andes, o Monte Everest,
ou as grandes rochas de Gibraltar. Mas Deus não só existe, Ele é
vivo; Ele possui vida. Ou melhor, Deus é a própria vida (Jo 5.26).
Dele, nele, por Ele e para Ele emana tudo e todos os seres criados,
animados e inanimados. São abundantes os textos das Escrituras
que falam da vida de Deus (Jr 10.10-16).
Vida
é um termo que não pode ser plenamente definido. A ciência
define-a como uma correspondência entre os órgãos e o ambiente.
Porém, quanto a Deus, significa muito mais que isso, visto que
Deus não tem ambiente vivencial como temos aqui. A vida de Deus é
sua atividade de pensamento, sentimento e vontade. É o movimento
total e íntimo de seu ser que o capacita a formar propósitos
sábios, santos e amorosos, e a executá-los (Teologia Elementar
– Imprensa Batista – Pág.25).
2. A Espiritualidade
de Deus
Jesus
disse que "Deus é Espírito" (Jo 4.24). Deus é Espírito
com personalidade plena Ele pensa, sente e fala, podendo assim ter
comunhão direta com suas criaturas feitas à sua imagem. Sendo
espírito, Deus não está sujeito às limitações, às quais
estão sujeitos os homens.Sua pessoa não se compõe de nenhum
elemento material, e, portanto, não está sujeita às condições
da existência natural. Não pode Ele ser visto com os olhos
naturais nem apreendido pelos sentidos humanos. Este ensino não
implica em que Deus tenha uma existência indefinida e irreal,
pois Jesus se referiu à "forma de Deus" (Jo 5.37; Fp 2.6).
Deus é uma pessoa real, mas de natureza tão infinita que não se
pode descrevê-lo plenamente.
Declara
o apóstolo João que "ninguém jamais viu a Deus" (Jo
1.18). No entanto a Bíblia diz que Moisés e alguns dos anciãos de
Israel "viram a Deus" (Ex 24.1-10). Nisto não há nenhuma
contradição. O que João quer dizer é que nenhum homem jamais viu
a Deus como Ele é, na sua essência e plenitude. Mas sabemos que
Deus pode manifestar-se em forma corpórea, sendo esta manifestação
chamada "teofania". No Antigo Testamento Deus apareceu em
forma dum anjo, chamado o "Anjo do Senhor" (Gn 16.9);
"Anjo" da sua presença (Ex 32.34; 33.14);e
o "Anjo da aliança" (Ml 3.1). Alguns eruditos dizem serem
essas teofanias
manifestações de Cristo no Antigo Testamento. Uma espécie de
pré-encarnação de Jesus.Deus é insondável e inescrutável. O
patriarca Jó perguntou certa vez: "Porventura...
penetrarás até à perfeição do
Todo-poderoso?"(Jó 11.7). A nossa resposta só pode ser: "Não
temos
com que tirar, o poço é fundo", usando a expressão da mulher
samaritana (Jo 4.11).
3. A
Personalidade de Deus
O
ensino de que Deus é um ser pessoal, contrapõe-se ao ensino
panteísta, segundo o qual Deus é tudo e tudo é Deus; que Deus é o
Universo e o Universo é Deus; que Ele não existe independentemente
daquilo que se alega ser sua criação. Pode-se definir personalidade
como existência dotada de autoconsciência e do poder de
autodeterminação. Não se deve, portanto, confundir personalidade
com corporali-dade ou existência corporal material, composta de
cabeça, tronco e membros, tratando-se do homem. Corretamente
definida, a personalidade. Abrange as propriedades e qualidades
coletivas que caracterizam a existência pessoal e a distinguem da
existência impessoal e da vida normal.
A
personalidade, portanto, representa a soma total das características
necessárias para descrever o que é um ser pessoal.O nome é
uma das mais fortes evidências da personalidade de um ser. Um
dos nomes mais importantes pelos quais Deus se tem feito conhecer no
seu relacionamento com
o homem é o de "Jeová".Foi
por esse nome e suas várias
combinações que Ele se revelou nos dias do Antigo Testamento. Tudo
o que significa para nós o nome "Jesus", significa
"Jeová" para o antigo Israel.O nome "Jeová",
combinado com determinadas palavras,
formam o composto deste nome santo, como se segue:
"Eu
Sou" (Ex 3.14).
"Jeová-Jiré"
= O Senhor provera (Gn 22.13,14).
"Jeová-Nissi"
= O Senhor é nossa bandeira (Ex 17.5).
"Jeová-Rafá"
= O Senhor que sara (Ex 15.26).
"Jeová-Shalom"
= O Senhor nossa paz (Jz 6.24).
"Jeová-Raa"
= O Senhor é meu pastor (Sl 23.1)
"Jeová-Tsidiquênu"
= O Senhor justiça nossa (Jr 23.6).
"Jeová-Sabaot"
= O Senhor dos Exércitos (1 Sm 1.3).
"Jeová-Samá"
= O Senhor está presente (Ez 48.35).
"Jeová-Elion"
= O Senhor Altíssimo (Sl 97.9).
"Jeová-Mikadiskim"
= O Senhor que vos santifica (Ex 31.13).
A
personalidade de Deus pode ser provada não só pelo que'Ele é, mas
também pelo que Ele faz e pelos sentimentos que lhe são
comuns. Deste modo, a personalidade de Deus pode ser vista:
Pelos
pronomes pessoais empregados para distingui-lo (Jo 17.3; Sl 116.1,2).
Pelas
características e propriedades de personalidade que lhe são
atribuídas (Gn 6.6; 1 Rs 11.9; Dt 6.15; Ap 3.19; Pv 6.16).
Pelas
relações que Ele mantém com o Universo e com os homens (Gn 1.1; Hb
1.3; Mt 10.29,30; Rm 8.28; Gl 3.26). Ler mais...
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